Os mitos dos processos de seleção

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Sabe aquele estereótipo do superprofissional que você colocou na cabeça que toda empresa procura? Pois é, pode não ser exatamente este cara que a empresa dos seus sonhos está buscando. E aquela pergunta que você morre de medo de fazer pois acha que vai causar uma má impressão? Relaxa, pode ser justamente o contrário. Conversamos com recrutadores das principais empresas especialistas no ramo de seleção de jovens e eles nos apontaram quais são os principais mitos por trás dos processos, ou seja, aquelas crenças que você jura que é verdade, mas não é nada disso. Ou aquilo que você tem certeza que está sendo avaliado, mas no fundo não é. Anote aí!

MITO: “Quem fala mais é aprovado”

Se você é daqueles que acredita que o cara mais extrovertido ou o que sempre fala primeiro é o que chama mais atenção está enganado. E também não tente discordar do colega só para mostrar que você tem opinião própria. Isso é bola fora. “A dinâmica de grupo nada mais é que uma simulação próxima de uma situação de trabalho daquela empresa, e a melhor maneira de agir é ser o mais natural possível. Eles estão observando como você reage no dia a dia. O conteúdo que você traz e o que você agrega para aquela situação é mais importante do que a quantidade de falas”, diz Carla Esteves, diretora da Cia de Talentos.

MITO: “Toda pergunta tem resposta certa”

Se você saiu de uma entrevista achando que deu a resposta errada, calma. Nem toda pergunta tem uma resposta. Segundo as recrutadoras, é muito comum os candidatos receberem perguntas inusitadas nas entrevistas como: ‘Quantas bolinhas cabem numa sala de x metros quadrados?’. Para esta pergunta, os entrevistadores não esperam uma resposta matematicamente correta. O que eles estão avaliando aqui é como o candidato constrói seu raciocínio, por onde ele parte para chegar a uma resposta. O que conta é como você expõe sua capacidade de raciocínio lógico.

MITO: “Experiência profissional conta”

Já de cara, a resposta é: NÃO! Nos processos de seleção para programas de trainee e, menos ainda, de estágio, experiência anterior não tem peso. A maior parte dos candidatos está ou estava estudando e está no início de carreira, outros fizeram intercâmbio e estavam fora, como exigir que o jovem tenha, ainda, bagagem profissional? O que é importante para os recrutadores: “Avaliamos o conjunto de experiências dele, no esporte, na faculdade, no voluntariado e o que ele aprendeu com tudo isso, qual a relevância de tudo aquilo na vida dele”, explica Carla, da Cia de Talentos.

MITO: “Ter intercâmbio é vaga garantida”

Como a maioria dos aprovados fizeram intercâmbio, criou-se um estereótipo. Mas, aqui entra um porém. Não basta ter um currículo com diversificadas experiências, como uma vivência internacional, por exemplo, ou a presidência da atlética da faculdade, sem saber apontar como, de fato, isso agregou na sua vida. Muitos candidatos – e se você é um deles, continue confiante! – não têm intercâmbio, mas conseguem mapear outras experiências de vida que enriqueceram e muito a sua personalidade. “Se o intercâmbio faz muita diferença para aquele jovem, se ele teve uma experiência diversa que o tirou da zona de conforto, o modificou e agregou coisas boas, então, isso faz diferença para nós também. Mas isso pode ter sido agregado por qualquer outra experiência como um trabalho voluntário”, conta Caroline Cobiak, consultora interna da Accross.

MITO: “Tenho que mostrar liderança”

É um mito acreditar que toda empresa busca o mesmo perfil: o profissional que é líder, extrovertido e com muita energia. Se você é tímido e mais sério, não se subestime e, muito menos, chegue à dinâmica tentando esbanjar liderança. Cada empresa tem um contexto, um perfil e uma dinâmica diferente, e cada vaga ou cada área tem uma necessidade. E isso difere radicalmente de uma empresa para outra. Não tem perfil certo, nem errado, mas perfis diferentes para cada empresa. E você, Sr. Tímido, pode ser exatamente o que a empresa dos seus sonhos está procurando.

MITO: “Quanto mais processos, melhor”

Há quem pense que quanto mais processos participa, melhor porque aumentam as chances de ser selecionado em algum. Mas isso é mito. As chances são aumentadas quanto mais assertivo o candidato for na escolha das empresas e dos processos dos quais vai participar. 

E focando em poucos, consegue se dedicar mais. “Fora que o jovem não consegue conciliar agendas, acaba faltando e passando uma imagem de falta de foco”, diz Carla Esteves, diretora da Cia de Talentos.

MITO: “Não posso fazer perguntas sobre a empresa”

Alguns jovens deixam de fazer perguntas sobre a empresa e de se aprofundar sobre a vaga e sobre como é trabalhar lá com medo de demonstrar que ainda estão em dúvida. Perguntas e dúvidas não são mal vistas porque o processo é uma via de mão dupla, serve para o jovem escolher a empresa e a empresa escolher ele. E os entrevistadores sabem disso. Fazer perguntas mostra que o jovem quer fazer uma boa escolha, que ele tem protagonismo na carreira dele, e que não está em busca de qualquer oportunidade, ele quer algo que faça sentido.

E aproveite: na entrevista, você terá a oportunidade de tirar dúvidas com a pessoa certa – o gestor ou o responsável pelo RH.

MITO: “Estou doente, mas pega mal desmarcar”

Os recrutadores advertem: se você não está num dia bom, remarque. Existe flexibilidade. Se apresentar doente ou com algum problema de família, pessoal, ocupando sua cabeça pode comprometer a sua avaliação. As consultoras querem que você esteja no seu melhor dia e consiga dar o seu melhor. Remarcar não demonstra falta de comprometimento ou falta de responsabilidade. Pelo contrário, demonstra que você tem, sim, interesse em ser selecionado e, por isso, quer estar no seu melhor dia. “Mas, claro, desde que você tenha um bom motivo para remarcar. Procure a consultora e fale”, orienta, Caroline da Accross.

MITO: “Sou indicado. Já passei”

A indicação existe. Algum candidato pode ser bem recomendado por alguém que trabalha na empresa, por exemplo. Mas ser indicado não implica na contratação por influência. Ou seja, a indicação não garante nada. O mérito continua valendo. O jovem continua tendo que participar de todas as etapas e concorrer com todos os outros candidatos. “Com a referência, estabelece-se um elo de confiança, mas isso não significa que influencia a tomada de decisão. Sendo indicado ou não, perdeu o prazo da inscrição, está fora”, explica Barbara Telles, gerente de relacionamento da 99 Jobs.

MITO: “Teste online é filtro para reduzir número de candidatos”

Pensando assim, candidatos não dedicam tempo necessário a esta etapa e acabam ficando para trás. Nesta fase não se compara um candidato a outro, não se elimina por número máximo que pode passar para a segunda fase. Todo mundo que tenha o perfil vai caminhar na seleção. “Os testes estão lá para avaliar alguma coisa que é importante para aquela empresa. Testes de comportamento ou aderência àquela cultura, por exemplo”, diz Carla Esteves da Cia de Talentos.

MITO: “Sei tudo sobre a empresa. Vou me dar bem”

Conhecer sobre a empresa, pesquisar e ler sobre ela com certeza faz toda a diferença para que o jovem faça uma escolha mais assertiva e se identifique com a cultura e valores do lugar onde quer trabalhar. No entanto, conhecimentos sobre a empresa não são avaliados no processo de seleção. “Às vezes, o candidato fala com tanta propriedade sobre a empresa que parece achar que conhece mais dela que o gestor que trabalha lá. O avaliador não quer saber o que ele sabe sobre a empresa, quer saber porque ele escolheu aquela empresa”, aconselha Manoela Costa, gerente executiva da Page Talent.

Fonte:  http://exame.abril.com.br/blogs/blog-da-voce-sa/2014/08/21/os-mitos-dos-processos-de-selecao/

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