10 hábitos que você pode largar em 2016 para ser mais produtivo

Ser multitarefa, deixar o mais importante para o final do dia, criar muitas prioridades e dormir com o celular ao lado

sono - cama - celular - insônia - conectado  (Foto: Thinkstock)

Se sua meta para este ano é ser mais produtivo, ou seja trabalhar de forma mais eficiente sem se sobrecarregar muito, largar alguns hábitos pode te ajudar. Não é somente uma questão de estabelecer grandes metas, mudar totalmente a forma como você se organiza. 

Pode ser simplesmente uma questão de realizar pequenas mudanças no seu dia a dia, de abandonar velhos e maus hábitos. O site Business Insider listou alguns deles. Confira abaixo:
 
1. Ser multitarefa: Enquanto muitas pessoas acreditam que são ótimas em fazer duas coisas ao mesmo tempo, pesquisas científicas descobriram que apenas 2% da população é efetivamente capaz de ser multitarefa. Para o resto de nós, multitarefa é um mau hábito que diminui as nossas capacidades de concentração e nos torna menos produtivos no longo prazo. 
 
2. Checar o email ao longo do dia: acesso constante ao email pode levar as pessoas a verificarem suas mensagens a todo momento. Infelizmente, cada vez que você fizer isso, pode perder até 25 minutos do seu trabalho, segundo o Business Insider. Além disso, verificação constante também pode te deixar mais burro. 

O consultor de estratégia Ron Friedman sugere fechar o Outlook, as abas de email e desligar o telefone por 30 minutos enquanto está realizando uma tarefa importante. 
 
3. Licença moral: não importa se é uma nova dieta, uma nova rotina, um novo horário de trabalho. Uma das maiores dificuldades de formar um novo hábito é o desejo forte de driblar aquilo de algum modo. 

Exemplo: fazer uma grande refeição após um ano de restrições e contenções alimentares somente pela ideia de que "eu mereço" — ou seja, a tal licença moral. Segundo o Business Insider, é essa licença moral que não permite que muitas pessoas aperfeiçoem os planos que começam. 

Em vez dessa licença, pegue aquilo como um objetivo de sua própria identididade e o veja como algo normal e não como algo que você precisa fazer ou trabalhar contra sua própria vontade. 

4. Deixar o trabalho mais importante para a última hora do dia. A maioria das pessoas realmente começa o dia com tarefas simples para "pegar o ritmo" e deixam o trabalho mais difícil para depois. Essa é uma má ideia e leva muitas vezes a completarem mal o trabalho ou não acabá-lo. O Business Insider cita pesquisas que apontam que as pessoas têm quantidade limitada de força de vontade, que diminui ao longo do dia. 
 
5. Realizar muitas reuniões: nada destrói mais a produtividade do que uma reunião desnecessária. E, com a disponibilidade de muitas ferramentas, como email, mensagens, skype, vídeos, streaming, é melhor deixar os encontros pessoais para discussões pessoais. Bobby Harris, fundador da BlueGrace Logistics, empresa de logística, aconselha que as pessoas não aceitem participar de uma reunião a menos que recebem especificações claras: quanto tempo irá durar e o que será exatamente discutido. 

E, mesmo após isso, Harris sempre recomenda a metade do tempo daquele que foi sugerido para aceitar o convite. 
 
6. Ficar sentado durante todo o dia: Nilofer Merchant, consultora de negócios e autora do livro The New How: Creating Business Solutions Through Collaborative Strategy Paperback disse em palestra do TED que ela ajudou muitas companhias a atingirem o sucesso após implementar uma nova ideia: walking meetings (algo como reuniões de pé). 

Ela recomendava que os encontros fossem feitos no caminho de um café fora da empresa ou em um lugar que fosse necessário andar uma distância maior. 

"Você ficaria surpreso ao notar como ar livre refresca as ideias e como, nesses momentos, as ideias aparecem", disse. 
 
7. Atrasar o alarme: pode até parecer que ficar postergando o alarme para acordar nos dá um pouco mais tempo de descanso, mas não é verdade. O tal "só 10 minutinhos a mais" faz mais mal do que bem, segundo o Business Insider. 

Citando pesquisas, o site diz que quando você acorda pela primeira vez, o seu sistema endócrino começa a liberar hormônios que te ajudão a se preparar para o começo do dia. Ao voltar a dormir, esse processo é interrompido - e, de qualquer forma, 10 minutos de sono não trazem tantos benefícios quanto parece. Isso não quer dizer que você deve cortar as horas de sono. 

Como Arianna Huffington discute em sua palestra TED, uma boa noite de sono tem o poder de aumentar a produtividade, a felicidade, a tomada de decisão mais intelifente e ajuda a desbloquear ideias maiores. O truque para dormir o suficiente é planejar com antecedência. 
 
8. Criar prioridades demais: muitas pessoas pensam que criar vários objetivos e segui-los estritamente é o caminho certo para o sucesso — já que, se um deles falhar, há ainda vários outros planos. Infelizmente, isso mais atrapalha, a medida que te deixa pouco produtivo. O megainvestidor Warren Buffet tem uma anedota para essa situação. 

Ao notar que seu piloto pessoal não estava conseguindo conquistar os objetivos pessoais, Buffett pediu que ele listasse 25 coisas que gostaria de fazer antes de morrer. Mas, em vez de aconselhá-lo a estabelecer pequenas tarefas diárias no sentido de realizar essas 25 coisas, Buffett pediu que ele escolhesse apenas cinco. 

As cinco mais importantes — e ignorasse todas as outras. 
 
9. Planejar cada hora do dia: muitas pessoas ambiciosas ou organizadas tentar maximizar sua produtividade ao planejar meticulosamente cada hora de seus dias. Infelizmente, há coisas fora do nosso controle, que não podem ser previstas de antemão. 

É a criança doente ou um compromisso inesperado — suficientes para acabar com o planejamento do dia. 

A dica é, em vez de detalhar cada hora, planeje quatro ou cinco horas e adapte o restante do dia ao que for ocorrendo.
 
10. Manter seu telefone ao lado da sua cama: você vai dormir e não consegue desligar. Deixa não somente o celular, como tablets e notebooks — tudo perto da sua cama. Não é algo saudável. 

Estudos citados pelo Business Insider mostram que deitar e ficar em contato direto com a luz do celular é algo que prejudica a visão e ainda diminui a produção de melatonina, hormônio que ajuda a regular o ciclo do sono. 

Pessoas com menos melatonina também ficam mais vulneráveis a ter depressão. 

"O estresse é o inimigo do foco"


O psicólogo Daniel Goleman diz que precisamos administrar nossa atenção para melhorar nosso desempenho profissional -- e também de empresas

POR MARCELA BOURROUL


Daniel Goleman (Foto: @_openspace)
















Toda vez que vem ao Brasil, Daniel Goleman diz que o país parece estar envolvido em algum tipo de crise

A cada desembarque, a palavra está na pauta do dia. Brincadeiras à parte, ele usou essa impressão para chamar atenção do público no HSM Expomanagement nesta segunda-feira (9/11) sobre seu atual campo de estudo: foco. O autor do best-seller Inteligência Emocional afirma que o estresse é o inimigo do foco

Por estresse, entenda-se tensões no ambiente corporativo e uma quantidade enorme de informações que nos bombardeiam diariamente. E vale dizer: estamos perdendo dinheiro por falta de foco. 

“Precisamos ser administradores da nossa atenção, não vítimas da nossa inatenção”, diz Goleman.

O autor explica que há dois tipos de distração. Quando você está tentando trabalhar em um café e há vozes ao redor das quais você precisa se desligar, eis o tipo fácil de distração. O tipo difícil é a distração emocional. 

Há uma parte do cérebro responsável por identificar ameaças. Ela nos ajudou a sobreviver e chegar até aqui, mas é um problema nas organizações. A questão é que essa parte do cérebro responde tanto a ameaças físicas quanto abstratas.

Se seu colega recebe uma promoção ou se você é um chefe tentando sobreviver a uma crise, essa parte emocional “sequestra” o cérebro e, portanto, o foco. Isso acaba com a nossa habilidade de pensar com clareza, aprender e se adaptar. 

Além disso, quando estamos nesse “modo ameaçado”, a tendência é tomar decisões mais automáticas e agressivas. Goleman justifica a atitude de Mike Tyson ao arrancar as orelhas durante a luta com Holyfield como uma situação de "sequestro emocional".

A inteligência emocional, afirma o psicólogo, é o que costuma diferenciar os líderes das empresas. Além de entender como uma decisão tomada hoje vai afetar a empresa amanhã, ele precisa gerenciar os funcionários para colocar uma estratégia em prática. “A maior tarefa do líder é dirigir a atenção para onde ela precisa ir”, afirma. Para isso, o líder precisa trabalhar três tipos de foco: em si mesmo, nas pessoas com quem trabalha e no sistema que determina se a empresa terá sucesso.
Ferramentas
Para os líderes, eis a dica: a neurociência já mostrou que o cérebro é capaz de sentir a atitude da outra pessoa. Esse canal é extremamente importante na hora de criar um ambiente de alto desempenho.

O líder é aquela pessoa na qual todo mundo presta atenção. Um estudo da Universidade de Yale mostrou que se o líder estava de mau humor, as pessoas entravam na “vibe” e tinha um desempenho pior. Quando ele estava de bom humor, a influência era positiva. “Essa é a conversa silenciosa, que faz muita diferença no desempenho. Os líderes precisam prestar atenção ao seu estado emocional”.

Outra dica: se alguém for conversar com você, esqueça o celular, o email que está entrando na caixa ou a televisão. Preste atenção no seu interlocutor e somente nele.

Para treinar a concentração, Goleman sugere o uso da técnica de mindfulness. Ela consiste em sentar-se em uma posição confortável e prestar atenção na respiração, enquanto você inspira e expira. 

Sempre que sua mente tenta divagar, você deve trazer a atenção de volta para a respiração. Quanto mais você treina, mais fácil fica. É como se fosse uma musculação do foco.
 
Os alvos que ninguém vê
Ao final da palestra, Goleman falou sobre os objetivos que ninguém é capaz de enxergar. Ele cita a história de Kobun Chino, o guia espiritual de Steve Jobs, um excelente arqueiro. Ao se apresentar para um grupo na Califórnia, ele faz a flecha passar longe do alvo -- ultrapassando a cerca e despencando no Oceano Pacífico. 

O público se espanta, mas ele grita como se tivesse atingido o alvo. E atingiu, mas não o alvo que todos estavam olhando.

O psicólogo faz o paralelo dos ensinamentos de Chino com a liderança de Jobs: ele foi capaz de criar um mercado para produtos que ninguém via, como o iPad. E isso foi essencial para o futuro da Apple. O mesmo acontece agora com o Google, que criou a empresa Alphabet e mostra claramente que o site de buscas é um produto de sucesso, mas que não será o único motor de crescimento da companhia.

Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2015/11/o-estresse-e-o-inimigo-do-foco.html

A opção de ser feliz não é da empresa. É de cada um'

Marcio Fernandes, CEO da Elektro, lança um livro sobre a filosofia de gestão baseada em felicidade que implantou na distribuidora de energia -- e que o transformou em uma espécie de embaixador do tema no mundo corporativo

Marcio Fernandes, CEO da Elektro (Foto: Divulgação)

O desafio de Marcio Fernandes, o CEO da distribuidora de energia Elektro, não é apenas entregar bons resultados aos acionistas da companhia. É também colocar em prática uma “filosofia” de gestão com um idealismo incomum no mundo corporativo. Aos 40 anos, ele dissemina, dentro e fora da empresa, o conceito de felicidade no trabalho como forma de melhorar a rentabilidade dos negócios.

Há quatro anos, quando assumiu a presidência da Elektro, implementou um sistema de meritocracia no qual cada funcionário é responsável pelo próprio treinamento e desempenho e em que o diálogo franco é fortemente estimulado em todos os níveis hierárquicos. 

Neste mês, ele lança o livro "Felicidade dá Lucro" (Companhia das Letras), no qual descreve seu estilo e ferramentas de gestão, além de histórias de vida e reflexões que o levaram a construir o conceito.

Filho de um operário metalúrgico e de uma cabeleireira, Marcio começou a trabalhar aos 12 anos, como auxiliar de mecânico. Foi empacotador e vendedor das Lojas Pernambucanas e, com o próprio dinheiro, cursou Administração de Empresas. Em 2004, ingressou na Elektro, que tem sede em Campinas, no interior de São Paulo, cidade em que ele nasceu.

Desde então, Fernandes viu a satisfação da equipe crescer de 69% para 99%. Hoje, faz palestras para empresas pelo Brasil para disseminar sua filosofia (ele evita chamar de “modelo de gestão”). “É um resgate de valores que adoraria ver se solidificar na sociedade como um todo”, afirma.

A seguir, ele explica os pilares de sua filosofia e como ela tem impactado os negócios.
 
O que vem primeiro: a felicidade ou o lucro?
 
Sempre a felicidade. Tem gente que só tem dinheiro. E tem gente que não tem dinheiro, mas é feliz. A proposta do meu trabalho é ter felicidade e lucro. Essa combinação traz equilíbrio para uma pessoa estar bem com quem é e o que faz. 

Então, ela tem uma tranquilidade maior para conquistar resultados melhores – seja no seu negócio, seja na sua vida pessoal. Por isso, fazemos uma campanha muito grande para que os colaboradores consigam encontrar um propósito para seu trabalho. Quando isso acontece, tentamos convergir o propósito da empresa com o da pessoa. 

Normalmente, a missão, a visão e os valores da companhia estão escritos na parede, e alguém diz: “Cumpra”. Não há, em geral, intenção de convergência com os objetivos pessoais de cada um. Por esse caminho, pode ser que dê certo e pode ser que não. Quando se tem a unidade entre a missão, a visão e os valores de cada profissional e os da companhia, as pessoas trabalham de forma mais sólida em direção ao que sonham, se dedicam com mais profundidade. E a empresa se beneficia, claro, porque o profissional não estará ali só de corpo presente.
 
Pode dar um exemplo prático dessa convergência entre os propósitos de alguém e o da empresa?
 
Há muitos exemplos. Um deles é o de uma pessoa que estudou em uma ótima faculdade de engenharia, mas tinha o sonho de trabalhar na área de recursos humanos. Em uma empresa convencional, ela não deveria falar sobre isso abertamente. 

Porque, se o fizesse, seria vista como alguém insatisfeita com o trabalho e, portanto, como forte candidata a sair da companhia. Na filosofia de gestão que implantei, ela deve falar sobre isso. Existe um diálogo franco, aberto, transparente. Todos sabem que a pessoa tem esse desejo. Incentivamos que ela não só conte, como documente essa vontade em um plano de desenvolvimento. Assim, ela tem a possibilidade de se preparar para aquilo. Pode se candidatar para uma vaga que abrir, com o gestor dela sabendo disso. E a certeza de que não será prejudicada por essa clareza.
 
A empresa oferece algum suporte, como treinamento, para as pessoas se prepararem para mudar de área ou fazer uma transição de carreira dentro da companhia?
 
Nós oferecemos a oportunidade de ela trabalhar naquilo que sonha. Mas o modelo de desenvolvimento, cada um cria o seu. Ele é bancado pela própria pessoa. A capacitação será um esforço dela. Isso faz com que, quando chegar onde almeja, ela trabalhe com tanto amor e tanto carinho que a empresa se beneficie também dos resultados. 

Esse modelo faz mais sentido para nós, já que não precisamos fazer treinamento para todo mundo para funções que mal sabemos se são necessárias.
 
Essa mentalidade exige um comportamento empreendedor das pessoas. Mas nem todo profissional tem esse perfil. Como lidar com os diferentes tipos de pessoas?
 
Aqui ninguém precisa ser guiado se não quiser. Há, de fato, aquelas que querem continuar no modelo tradicional, pessoas que não querem construir uma carreira astronômica ou que querem ser o mesmo analista pleno a vida inteira. Nosso único pedido é que todos sejam honestos conosco. 

Se está bom para alguém ficar onde está, pode continuar, sem problemas. Mas nossa experiência mostra que mais de 90% das pessoas adoram ser protagonistas da própria vida ou da sociedade. Ao terem a oportunidade, muitas percebem que isso é legal. E mesmo esses 10% que se satisfazem com a forma como vivem, sempre têm vontade de algo mais. 

Ainda não conheci pessoas que não têm nenhum sonho, quando questionadas sobre isso em um diálogo franco.
 
Fala-se muito sobre felicidade no trabalho. A expectativa de ser feliz se tornou mais uma exigência, até uma pressão, do mundo corporativo?
 
É fácil fazer essa interpretação porque quase tudo o que foi feito na área da administração moderna teve segundas intenções. Por exemplo, muita gente fala de sustentabilidade como algo legal, mas, em muitos casos, não pratica o conceito. Fala do tema só com a intenção de gerar imagem e lucro. 

O trabalho que temos feito também tem a intenção de gerar lucro – mas desde que seja de verdade. Isto é, não podemos ter uma plataforma que não seja sustentável. Não posso criar um sistema transitório, que funciona um dia, e no outro não funciona mais. Queremos criar uma plataforma coerente. 

A opção de ser feliz não é da empresa. É de cada um. Mas o objetivo é que as pessoas estejam inseridas em uma plataforma coerente, que oferece chances reais para aqueles que se esforçam de maneira real. 

Trabalhamos para criar meios para que as pessoas sejam felizes. Sabemos que, por meio dessa prosperidade, a empresa também prospera. Em vez de criar uma máquina e usar para gerar resultados incríveis, temos que trabalhar no software. Isso significa que o que os profissionais aceitavam antes, hoje não aceitam mais. É preciso modernizar a maneira de lidar com as pessoas.
 
Que mudanças são essas?
 
Começam pelo básico, que é dar tempo para as pessoas terem vida fora da empresa. Felicidade não é ser permissivo. Nós não oferecemos presentinhos, dinheiro fácil, não somos bonzinhos. Somos justos. 

As pessoas têm uma predileção natural por justiça. Quando você trata alguém com transparência e verdade, a resposta que recebe é compromisso. O que propomos é uma filosofia bastante vantajosa para todos. Não gosto quando dizem que a sociedade brasileira tem baixa produtividade. Essa filosofia de gestão pretende mudar isso. Passamos a vida ouvindo sobre a revolução industrial. Mas e a revolução das pessoas?
 
Qual foi o ponto de partida para você desenvolver essas ideias?
As frustrações que tive ao longo da vida. Sempre quis ter um gestor que conversasse abertamente comigo, que se intereressasse genuinamente por mim. Em 2006, quando estava em uma viagem de trabalho comecei a pensar sobre esses conceitos. Quando viajo, tenho uma saudade tão grande da minha família, que fico mais reflexivo e intelectual, pensando sobre a vida com uma profundidade que, no dia a dia, não é comum para mim. A partir dali, comecei a falar sobre o tema com outras pessoas, que foram me ajudando a criar uma prática.

Estamos tentando fazer todas as mudanças que sonhávamos. Isso inclui encontrar um gerente e poder conversar abertamente com ele. Contar com o diretor e com o presidente da empresa de fato. Estamos tentando mostrar que a diferença entre o colaboraodr e o CEO da empresa é o tempo que deu a possibilidade de ele conquistar aquela posição.
 
Passaram-se nove anos desde que você começou a elaborar essa filosofia. Quanto tempo leva para mudar a mentalidade das pessoas?
 
Dizem que a cultura de uma empresa demora dez anos para ser mudada. Na minha opinião, pode até demorar esse período determinado, mas só se for de algo ruim para algo pior. Para algo melhor, demora o tempo que dura a dúvida. Isto é, o tempo durante o qual as pessoas pensam: “Onde eu vou perder?”, “O que ele quer com isso?”. 

Em um primeiro momento, a tendência é desconfiar de que haja um objetivo oculto. Depois que passa esse momento, as pessoas mergulham de cabeça porque faz sentido.
 
O que você fez para convencer os acionistas de que uma filosofia de gestão baseada em equilíbrio e felicidade era algo no qual se deveriam investir?
 
Se eu disser para o acionista "vamos transformar essa empresa em um lugar feliz porque isso é legal", ele não vai se interessar. Mas quando eu falo que se as pessoas estiverem felizes aqui dentro, serão mais produtivas e a lucratividade vai aumentar, é outra história. Os acionistas são o reflexo da sociedade. 

Se você aplica seu dinheiro em um banco, e outro banco oferecer uma rentabilidade melhor, você não vai querer trocar de banco?
 
Esse estilo de gestão muda a maneira como a empresa é vista pelos clientes?
 
O nosso objetivo é que o cliente perceba que a atenção dada a ele ocupa 100% do tempo. 

Porque não há mais aqueles momentos chateados, que as pessoas têm quando não estão felizes com o que fazem.
 
Você, como alguns outros executivos e empresários, chama as pessoas que trabalham na empresa de colaboradores (em vez de funcionários) e trocou o nome de algumas funções. Os comumente chamados de atendentes de telemarketing são os agentes de relacionamento, por exemplo. Essa mudança pode ser interpretada como um preconceito com o significado literal das funções que as pessoas têm? Afinal, o que há de errado em ser um funcionário ou um atendente de marketing?
 
A lógica é simples. Quem funciona é máquina. Colaborador pode fazer algo mais do que funcionar, desde que ele queira. A perda é grande para a empresa que ainda não acordou para esse modus operandi. Já o agente de relacionamento também não faz a função exata de um atendente. 

Ele se dedica a entender os problemas e a trazer soluções para o cliente e trabalha exclusivamente para a empresa. Nós não automatizamos a vida de ninguém. As pessoas precisam ser proativas para ajudar a melhorar o processo – e não só para criar lucro.
 
Muitos CEOs relatam a sensação de solidão como um efeito colateral da posição, já que, no fim das contas, são eles os responsáveis pelo resultado da companhia. Você sente essa solidão?
 
Não. Nós ainda vemos no mercado CEOs que têm um elevador só para eles, um andar exclusivo, e que depois reclamam da solidão. Aquele que reclama da solidão é quem não se aproxima, que não tem interesse genuíno e está artificialmente próximo das pessoas. O executivo precisa ter um pouco de humildade para ceder seu tempo, que é escasso, e seguir o ritmo das pessoas. 

Eu estou longe da solidão. Mas para isso, tenho que ter disponibilidade para ser parado no corredor pelo estagiário que tem uma dúvida. É quase como optar por não ser líder em tempo integral. É aceitar que a liderança é situacional. Quando chego a uma obra, aceito ser liderado por um eletricista. Sigo cegamente a liderança dele porque é ele a referência naquele ambiente. 

Ele é quem vai garantir minha segurança. Participo ativamente dos fóruns com toda a equipe, da diretoria a estagiários e eletricistas. Isso tudo faz com que eu me sinta próximo das pessoas.
 
Uma queixa comum de altos executivos e empresários é a dificuldade de saberem exatamente o que está acontecendo nas camadas mais baixas, já que as pessoas evitam dar notícias ruins a eles.
 
Eu converso com as pessoas abertamente, inclusive no campo de trabalho delas, então sei o que está acontecendo. Acho lamentável um chefe ter que se disfarçar de funcionário, como fazem em alguns casos, para ter a experiência do dia a dia e ficar sabendo dos problemas. 

Eu adoro ser participativo. Gosto de estar com as pessoas, de ouvir pontos de vista independentemente do nível hierárquico de cada um.
 
Essa proximidade não atrapalha na hora de ser firme e cobrar a equipe?
 
A minha meta não é ser padrinho de batismo do filho de ninguém, mas também não é ser o primeiro a ir para a grelha no churrasco da equipe. Quero ser justo – e não justiceiro. Isso, sim, é crível e inspira confiança. É o que me interessa.
 
Como medir os resultados dessa mudança de gestão?
 
Faço uma correlação direta da filosofia de gestão com a satisfação dos colaboradores na pesquisa interna de clima e no prêmio Great Place to Work (GPTW). Passamos dez anos fazendo essa pesquisa e tendo o resultado de 69% de satisfação. Sofríamos para conseguir uma quantidade razoável de respostas. 

Quando mudamos a gestão, passamos para mais de 90% de satisfação em uma paulada só. Ou seja, existia um passivo que estava guardado em algum lugar e a gente acessou. Hoje, a pesquisa de clima que fazemos indica 99% de satisfação. Isso mostra que estimular as pessoas a voltarem a acreditar nelas mesmas vale a pena. 

É quase que um resgate de valores que adoraríamos ver de forma maciça se solidificar na sociedade. É um círculo virtuoso. Talvez para ter mais lucro, só precisemos ser um pouquinho mais satisfeitos e felizes.

Fonte:  http://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2015/11/opcao-de-ser-feliz-nao-e-da-empresa-e-de-cada-um.html

O truque de Seinfeld para ser mais produtivo

Conheça o método do ator americano Jerry Seinfeld para a produtividade

Por Bárbara Nór
Já faz alguns anos que este método é conhecido, mas não custa lembrar: o americano Brad Isaac conheceu o ator e escritor americano Jerry Seinfeld quando a série Seinfeld ainda era estreante. Aproveitando a oportunidade, ele perguntou se ele teria algum conselho para comediantes iniciantes. 
 
Em resposta, Seinfeld disse que a melhor maneira de evoluir como autor e criar piadas melhores era escrever todos os dias. Mas se motivar para escrever – ou qualquer outra atividade - todos os dias pode ser algo bem difícil. Mas é aí que entra o truque de Seinfeld.

Jerry Seinfeld em 1996, na festa do Emmy


Para se motivar, seja qual for sua meta, o segredo é se comprometer com o mínimo a cada dia. Funciona assim: você imprime um calendário do ano todo em uma página só e pendura na parede.
 
Em seguida, você separa um marcador vermelho. A cada dia em que você fizer algo relacionado ao seu objetivo – no caso de Seinfeld, escrever uma linha ou duas que fossem – você marca com um xis. 
 
Querer fazer coisa demais a cada dia não ajuda porque ficaremos paralisados pela pressão, mas não fazer algo todos os dias torna complicado cumprir alguma meta. 
 
No dia em que não fizer nada, você deixa em branco, mas o objetivo é claro: fazer uma corrente de dias marcados em vermelho. 

À medida em que você for fazendo o mínimo possível somente para marcar em vermelho, um hábito estará sendo criado. 
 
Fazer as coisas aos poucos, mas de forma consistente, é mais produtivo a longo prazo do que somente ter alguns dias esparsos de super produtividade e outros tantos dias sem ter feito nada. 
 
E, caso quebre a corrente de xis vermelhos por muito tempo, você verá que algo está errado – pode ser seu compromisso com o objetivo ou até mesmo o fato de você, no fundo, ter mudado de ideia. Aí é hora de rever as metas e começar de novo. 

Fonte: http://vocesa.uol.com.br/noticias/carreira/o-truque-de-seinfeld-para-ser-mais-produtivo.phtml#.VppDME-bEjd

Mindfulness, a técnica para aumentar a produtividade e diminuir o estresse

Em muitos casos, a prática é mais uma opção oferecida pelos programas de bem-estar das empresas.

Tomás Nora (de camiseta verde) faz jornada dupla de meditação no Google, em São Paulo. Pela manhã, integra o grupo de ioga; ao meio-dia,  faz mindfulness (Foto: Arthur Nobre)
Matéria publicada na edição de setembro de Época NEGÓCIOS.

Acontece sempre ao meio-dia. Na sala com iluminação reduzida, o grupo se reúne. Aos poucos, cada um se acomoda em uma posição confortável, entre almofadas. Todos fecham os olhos e se concentram nas próprias respirações. 

Por vezes, eles mentalizam a praia preferida e pensam que tocam a água gelada. Em outras, ficam em silêncio, prestando atenção a seus pensamentos. Menos de meia hora depois, a turma abre os olhos e se levanta. Pronto. Todos estão renovados para encarar o resto do dia de trabalho – que, aliás, os aguarda do outro lado da porta.

É assim que funciona o grupo de meditação do Google. De segunda a sexta, antes do almoço, até 15 funcionários do site de buscas se isolam por 20 minutos em uma sala, que lembra uma choupana, na sede da empresa, em São Paulo. 

Nesse período, essa pequena turma se dedica a exercícios que buscam acalmar a mente e aumentar o foco. Quem participa dessas sessões garante que, após as pequenas pausas, tem um dia mais produtivo e menos estressante.


Hoje, a esse tipo de atividade dá-se o nome de mindfulness. A expressão foi traduzida no Brasil como “atenção plena”. Ela tem origem na meditação budista. No mindfulness, contudo, ela é dissociada do cunho espiritual ou religioso geralmente vinculado à prática. 

A técnica despertou o interesse de acadêmicos nos Estados Unidos durante os anos 70. Começou a ter seus efeitos pesquisados por Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts, e Ellen Langer, de Harvard. Kabat-Zinn criou um programa de redução de estresse baseado na meditação mindfulness e fez pesquisas na área da saúde, estudando sua utilização em pacientes com câncer e doenças crônicas. 

Já Ellen abordou o conceito como o ato de prestar atenção ativamente e o desvinculou da meditação.

Nos últimos dez anos, o mindfulness vem avançando sobre o ambiente corporativo. Hoje, a seguradora Aetna, o LinkedIn, a gestora de fundos BlackRock e o banco Goldman Sachs estão entre as companhias que aderiram a esses exercícios nos Estados Unidos. No Brasil, o método ainda é pouco conhecido. 

O Google é uma das poucas empresas a adotá-lo, ainda assim por influência da sede americana.

A sala de meditação do Google reúne até 15 praticantes por sessão (Foto: Arthur Nobre)
Nestor Sequeiros, presidente da Mead Johnson Nutrition (à esq.), paga 80% dos cursos de meditação para os funcionários. Janice Marturano (à dir.) apresentou seu trabalho sobre mindfulness no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Foto: Camila Fontana e divulgação )
 
Efeito na produtividade
 

E o que justifica o interesse crescente pela técnica? Em muitos casos, a prática de mindfulness é mais uma opção oferecida pelos programas de bem-estar das empresas – assim como aulas de ioga ou descontos em academias de ginástica. Alguns adeptos, no entanto, enxergam benefícios também para as companhias. Um deles é a possibilidade de aumentar a produtividade.

Um estudo de Harvard, publicado em 2010, mostra que, de todo o tempo que permanecemos acordados, quase a metade dele (47%) é gasto com a mente no “mundo da Lua”. Ficamos dispersos. Isso, ao longo de um dia, não só prejudica o trabalho, mas pode nos deixar infelizes.

“Geralmente, a nossa mente fica presa remoendo o passado ou se volta para um futuro distante”, diz o psicólogo Armando Ribeiro, que tem especialização em mindfulness. É esse comportamento que a técnica pretende combater. 

Com as breves pausas, os praticantes supostamente desenvolvem a capacidade de prestar mais atenção ao momento presente – o bom e velho “aqui e agora”. Daí, o eventual ganho de produtividade.

O Google é uma das empresas mais engajadas não só em oferecer a meditação mindfulness para os funcionários como também em difundir o tema por outras companhias. Quem começou a pesquisar o assunto na empresa foi o engenheiro Chade-Meng Tan, um dos primeiros funcionários do gigante de buscas. 

Por interesse pessoal, Meng passava parte do seu tempo lendo estudos sobre o comportamento humano. Além de mindfulness, investigou teses sobre inteligência emocional e neurociência. Até que, em 2007, criou um programa que mistura aspectos das diferentes áreas de pesquisa. O pacote foi batizado de Search Inside Yourself (SIY).

O programa do SIY consiste em dois dias inteiros de palestras e orientações sobre técnicas para a busca desse estado de atenção plena. Depois de testar e aprimorar o modelo no Google, Meng uniu-se ao empresário Marc Lesser e a Philippe Goldin, professor de psicologia de Stanford. Em 2012, o trio fundou o Instituto SIY. Desde então, a técnica criada pelo engenheiro tem se difundido pelas filiais da empresa ao redor do mundo e por outras companhias.
 

Meng não é o único propagador do assunto no mundo corporativo. Uma das principais precursoras da técnica é a americana Janice Marturano, criadora do instituto Mindful Leadership. Ela trabalhou durante 15 anos na General Mills, dona de marcas como Häagen-Dazs e Yoki. Depois de incorporar a técnica de mindfulness em sua vida, passou a treinar colegas de trabalho e executivos de outras empresas, como a Procter & Gamble. Em 2012, quando resolveu se dedicar ao instituto, 1,4 mil profissionais já haviam recebido suas lições.
 
Dividir os problemas em partes
 

No Brasil, o termo mindfulness ainda é pouco conhecido. Um dos adeptos do grupo do Google no país é o engenheiro Tomás Nora. Até dois anos atrás, ele se considerava extremamente estressado. “Não vivia o momento presente”, afirma. Praticar meditação era uma opção que não fazia parte de seu repertório.

Só prestou atenção no assunto depois de passar por uma cirurgia em decorrência de uma inflamação intestinal crônica. “Percebi que se eu não parasse intencionalmente, meu corpo pararia por mim.” Por indicação da esposa, leu estudos científicos sobre mindfulness e resolveu fazer um teste. Hoje, a prática faz parte de sua rotina e ele sente os benefícios no desempenho profissional. 

“A meditação ajuda a dividir os grandes problemas em pequenas partes”, diz. “No fundo, é o que os engenheiros já fazem.”

Além do mindfulness, há diversas práticas similares chegando às empresas. Uma delas é a meditação transcendental. A diferença entre ambas está em detalhes: para se concentrar, em vez de focar na respiração, por exemplo, o praticante da segunda mentaliza repetidas vezes uma determinada palavra – um mantra.
 
Para alguns, o mindfulness é apenas uma solução “fast-food” contra o estresse
Essa foi a técnica que chamou a atenção de Nestor Sequeiros, presidente no Brasil da multinacional Mead Johnson Nutrition, que fabrica produtos como Sustagen. Ele conheceu os exercícios meditativos quando trabalhou na Ásia. 

Acompanhou a experiência de uma fábrica da empresa na Índia, que oferecia meditação diária aos 250 operários. Para complementar o programa, havia aulas de ioga duas vezes por semana. Depois da implantação das técnicas, durante dois anos, não houve nenhuma falta entre os funcionários e a produtividade aumentou em 15%.

Desde 2012, ele começou uma experiência no Brasil. Hoje, paga aos funcionários interessados 80% do curso de meditação transcendental. Dentro do escritório, é rotina diminuir as luzes duas vezes por dia, durante 20 minutos. A ambientação é um convite para quem quiser fazer sua pausa em silêncio. Os benefícios descritos pelos participantes vão desde dormir melhor até uma gestão mais eficiente do tempo no trabalho.

Em abril deste ano, outra companhia, a brasileira Mercur, fabricante de produtos tão variados quanto pisos e bolsas de água quente, passou a oferecer meditação para os funcionários. Os interessados reúnem-se por 15 minutos uma vez por semana. 

Também passaram a praticar meditação antes de algumas reuniões, como as de planejamento estratégico. Segundo Luiz Neumann, coordenador de processos de produção da Mercur, a iniciativa partiu dos funcionários. Eles entenderam que isso poderia melhorar o relacionamento entre as pessoas na empresa. Ainda é cedo, porém, para saber os resultados.
 
Não é para todos
 

É claro que nem todo mundo quer passar 15 minutos entre exercícios de meditação. Para muitos, esse tipo de atividade soa como perda de tempo e a empresa é um ambiente inapropriado para praticá-la. “Tem limitações. Algumas pessoas vão achar isso chato ou cansativo”, afirma Tiago Tatton, psicólogo com especialização em mindfulness.
 

Em tom de brincadeira, a imprensa americana popularizou o termo McMindfulness, comparando a onda da “atenção plena” a uma solução fast-food contra o estresse. Em um artigo recente da Harvard Business Review, o psiquiatra David Brendel afirmou que uma de suas clientes passava tanto tempo meditando (e aceitando a vida como ela era) que não foi capaz de lidar com funcionários que não entregavam resultados. “A meditação deve ser usada para reforçar, e não deslocar o pensamento racional e analítico das pessoas sobre suas carreiras e vidas”, escreveu.

A questão que fica é: afinal, funciona ou não? Para muitos, sim. Steve Jobs, por exemplo, meditava. Ao seu biógrafo, Walter Isaacson, ele disse que o exercício de ouvir os próprios pensamentos e tentar acalmar a mente aflorava a intuição, permitia enxergar as “coisas” (leia-se tudo) com mais clareza. Ou seja, com base no que ele produziu, mal não deve fazer. Vai ver que, por isso mesmo, essa onda de “meditação corporativa” só faz crescer.

Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Vida/noticia/2015/11/mindfulness-tecnica-para-aumentar-produtividade-e-diminuir-o-estresse.html

5 hábitos que farão você feliz, segundo a neurociência


É possível usar música, exercícios físicos e até óculos escuros para ativar memórias ou estabelecer um sistema que faça seu cérebro e vocês mais felizes



Ouvir música deixa as pessoas mais felizes ; felicidade ; ser feliz ; carreira ;  (Foto: iStock)

O que fará com que você seja feliz? O conceito de felicidade pode variar, mas para a neurociência, a pergunta é: o que fará seu cérebro ser feliz? Em um artigo para a Time, o jornalista Eric Barker conversou com Alex Korb, pesquisador com pós-doutorado em neurociência na Universidade da Califórnia e autor do livro “The Upward Spiral”. Korb cita cinco hábitos que poderiam fazer seu cérebro – e, consequentemente, você – feliz.

1.Ouça músicas da época mais feliz de sua vida
 

A música afeta o seu cérebro de uma forma interessante: é capaz de ativar memórias de lugares e situações em que você ouviu aquela canção. Se você foi muito feliz na infância ou na faculdade, basta ouvir a música que você mais gostava naquele período para ser transportado imediatamente para esse “lugar feliz” – afetando seu humor. 

“A música tem a habilidade de nos lembrar de ambientes nos quais ouvimos essa canção. Isso é feito por uma estrutura límbica chamada hipocampo, que é muito importante para o contexto da memória dependente”. Trocando em miúdos: ao ouvir uma canção, você se sente conectado ao momento em que era mais feliz e essa memória se torna mais presente em sua vida.

2. Sorria – e use óculos escuros
 

O cérebro nem sempre é tão “esperto” quanto parece: ao ser bombardeado por informações vindas de fontes diferentes, ele não se sente tão seguro e procura por “pistas”. Esse processo é chamado de “biofeedback”. “Trata-se da ideia de que seu cérebro está sempre ‘sentindo’ o que está acontecendo com seu corpo e revisando a informação para decidir como se sente em relação ao mundo”, diz Alex Korb.

“Quando você se sente feliz, você sorri. Mas também funciona de outro jeito: quando você sorri, seu cérebro pode detectar isso e entender ‘Estou sorrindo. Isso quer dizer que estou feliz’”. Portanto, se estiver num daqueles dias difíceis, lembre-se: sorria, pois isso vai produzir felicidade. Pesquisas mostram que sorrir dá ao cérebro a mesma sensação de prazer que 2 mil barras de chocolate.

E essa história de óculos escuros? Em dias ensolarados, quando você está na rua, a tendência é franzir os olhos. O cérebro pode interpretar esse ato como “preocupação”. Ao usar óculos escuros, você ajudará seu cérebro a pensar que “está tudo bem”. “É uma maneira fácil e simples de interromper o processo do feedback. Então sorria. E use óculos escuros – eles vão fazer com que você pareça ‘cool’ e vão te fazer mais feliz”, diz o pesquisador Alex Korb.


3. Pensar sobre objetivos muda a forma como você vê o mundo
 

Quando você está estressado ou vive um momento difícil, pense sobre seus objetivos de longo prazo. Isso dará a seu cérebro a sensação de que está no “controle” e, portanto, vai liberar uma substância chamada dopamina, que fará você se sentir melhor e mais motivado. 

“Às vezes, quando temos a impressão de que tudo está dando errado, não é preciso mudar o mundo, basta mudar a forma como você percebe as coisas a seu redor para gerar um efeito positivo. Ao pensar ‘o que estou tentando alcançar com esta meta de longo prazo?’ Ao estabelecer essa linha de pensamento, fazer sua tarefa se torna recompensante, pois o cérebro entende que está trabalhando para chegar lá”, afirma Korb. “O cérebro percebe que o esforço é para atingir esse objetivo maior”.

4. Tenha uma boa noite de sono
 

Estresse, ansiedade e depressão são capazes de afetar o padrão de sono. Da mesma forma, “dormir mal” também causa depressão. Portanto, é importante garantir uma boa noite de sono. A neurociência tem várias dicas para isso: no meio do dia, saia do ambiente do escritório e vá para a rua ou para um parque a fim de se expor à luz do dia; da mesma forma, à noite, escolha um ambiente escuro e confortável. 

Estabelecer um “ritual” para o sono também ajuda o cérebro a se preparar para o repouso e o dia seguinte. Por isso, é bom evitar computadores e aparelhos de TV logo antes de dormir. Mais? Anotar em um caderno o que aconteceu de bom no dia ou coisas pelas quais você é grato em sua vida.

5. Como a neurociência pode vencer a procrastinação
 

Há três regiões no cérebro com as quais é preciso se preocupar: o córtex pré-frontal (que pensa em objetivos de longo prazo), o estriado dorsal (que considera coisas feitas no passado) e o núcleo accumbens (que nos leva a escolher as coisas mais divertidas, em vez de trabalhar). 

Portanto, quando você se esforça, o córtex pré-frontal se sobrepõe aos outros dois. Ao repetir o processo, você consegue estabelecer um padrão e construir bons hábitos. O que pode atrapalhar o processo? Estresse. “O estresse enfraquece o córtex pré-frontal”, diz Alex Korb.

“Essa parte do seu cérebro não possui recursos ilimitados, então não consegue ficar em alerta o tempo todo. E nisso o seu estriado vem com medidas para aliviar o estresse, como tomar uma cerveja, comer um biscoito”. Resumindo: para estabelecer bons hábitos, reduza o nível de estresse. E se estiver em um momento difícil no trabalho, encontre uma coisa para dar a partida no processo. Isso vai fazer com que se concentre melhor e evitará que o cérebro se “atrapalhe”. “O que eu poderia fazer para avançar em relação a meu objetivo? Dar um passo pequeno de cada vez pode tornar um grande projeto algo mais fácil de ser gerenciado”, explica Alex Korb.


E o que mais? Faça uma caminhada todas as manhãs pela rua ou num local aberto – de preferência acompanhado de um amigo. “Ao caminhar ao ar livre, você se expõe ao sol e colherá benefícios para dormir melhor à noite, além do impacto no sistema de produção de serotonina. Se fizer isso diariamente, esse hábito ficará gravado no seu estriado dorsal e se tornará um bom hábito. Se estiver acompanhado de um amigo, ainda melhor porque você tem o benefício da conexão social”, diz o pesquisador Alex Korb. E se o dia estiver bem ensolarado, vá de óculos escuros. E sorria.

Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2016/01/5-habitos-que-farao-voce-feliz-segundo-neurociencia.html

11 hábitos das pessoas de muito sucesso para você adotar no ano novo


Segundo o planejador financeiro Thomas Corley, pessoas abastadas têm hábitos diferentes das que têm poucos recursos. Saiba que comportamentos são esses e como adotá-los para engordar sua conta bancária

Por Mariana Amaro


SÃO PAULO - Se você está lendo esta reportagem, parabéns! Quem pratica o hábito da leitura já tem ao menos algo em comum com pessoas que ganham mais de 160 000 dólares por ano. E, quanto mais você cultiva hábitos parecidos com os desse grupo, mais perto pode ficar de construir a própria fortuna. 
 
Essa foi a conclusão de Thomas Corley, planejador financeiro americano que, depois de receber de madrugada um cliente à beira da falência, resolveu estudar os hábitos de ricos e pobres, o que resultou no livro Rich Habits - The Daily Success Habits of Wealthy Individuals ("Hábitos de rico: os hábitos diários de sucesso dos indivíduos afortunados", em tradução livre).

Durante mais de dois anos, Thomas Corley entrevistou e monitorou 233 pessoas com fortuna líquida de pelo menos 3,2 milhões de dólares. Entre os participantes da pesquisa, 85% eram ricos de primeira geração - ou seja, fizeram fortuna por esforço próprio. 
 
Depois, o mesmo trabalho foi feito com 128 pessoas que recebiam menos de 35 000 dólares anuais, renda considerada baixa para o estilo de vida americano. Após comparar o grupo de pessoas com conta no azul com aquelas no vermelho, Corley percebeu várias diferenças de comportamento. O que mais chamou sua atenção foi que os desvios ocorriam em atitudes rotineiras, que dependem de disposição pessoal para ser modificadas. "Há comportamentos que podem fa­zê-lo melhorar como pessoa e profissional", disse Corley à VOCÊ S/A. Veja como adquirir costumes positivos para sua conta bancária.

1 - Estabeleça metas, não sonhos

O que significa - Ganhar 1 milhão de reais na loteria não é uma meta, é um sonho. Os ricos de primeira geração entrevistados por Thomas Corley chegaram lá com muito esforço. "Meta é algo que pode ser alcançado por meio de ações práticas e prazos para cumpri-las", diz Corley.

Como praticar - Para transformar um sonho em meta, defina objetivos menores, que devem ser alcançados em curtos intervalos de tempo. Escreva esse plano. Crie uma estratégia para concluir cada uma das etapas que, uma vez cumpridas, farão com que você atinja o objetivo principal.

2 - Encare os problemas

O que significa - Os ricos concluem pelo menos 70% da lista diária de tarefas. Adiar é um mau costume, mais frequente entre pessoas de baixa renda, segundo Corley. "Pessoas que enriqueceram sozinhas encaram os problemas", diz Álvaro Modernell, especialista em educação financeira.

Como praticar - Para começar, acorde cedo: 44% dos endinheirados despertam 3 horas antes de ir para o trabalho. "É nesse período que leem, fazem exercícios e planejam as tarefas do dia", diz Corley. Tenha pressa para encontrar soluções.

3 - Faça contatos

O que significa - Nove em cada dez ricos creem que relacionamentos estão na base do sucesso financeiro. Isso contraria a crença de que dinheiro atrai interesseiros. "Não existe nada de errado em cultivar amizades para fazer negócios, desde que o resultado seja bom para ambos", diz o consultor financeiro Mauro Calil.

Como praticar - Ofereça ajuda e seja gentil. Demonstre interesse genuíno em contribuir. "É importante lembrar-se dos relacionamentos nos bons e nos maus momentos", diz Álvaro. "Se você só procurar as pessoas quando tiver problemas, elas vão parar de atendê-lo."

4 - Fale menos, ouça mais

O que significa - Ser um bom ouvinte é importante para mostrar que você é confiável. Evite fofocas, um hábito que afasta dinheiro. "Falar mal de alguém compromete sua credibilidade diante de uma pessoa com quem você pode fazer negócios", diz Corley.

Como praticar - Quando uma pessoa chegar falando mal de outras, saiba que ela poderá fazer o mesmo em relação a você. "Afaste-se dessa pessoa", diz Corley. "Evitar participar de fofocas é um comportamento que mantém as portas abertas."

Thomas Corley, autor do livro Rich Habits - The Daily Success Habits of Wealthy Individuals (Divulgação)

5 - Leia e estude

O que significa - Ricos passam, em média, menos de 1 hora diante da televisão e, quando o fazem, estão assistindo a telejornais, filmes ou documentários. Eles também têm o hábito de ler revistas, jornais e livros. Enquanto a leitura diária é comum para 88% dos endinheirados, apenas 2% dos pobres fazem o mesmo.

Como praticar - "Não existe problema nenhum em acompanhar uma novela ou um seriado, mas escolha alguns", diz Mauro. Tente também colocar a leitura de um jornal, uma revista ou um livro em sua rotina. É importante ler conteúdo de qualidade. Portanto, busque livros e revistas que desenvolvam postura crítica, tenham bom repertório e coloquem o leitor em contato com diferentes visões e experiências.

6 - Cuide de sua saúde

O que significa - Os ricos costumam praticar exercícios diariamente e alimentam-se corretamente. Mais: 85% deles acreditam que saúde física e financeira estão relacionadas, enquanto apenas 13% dos pobres creem nisso. "Um de meus entrevistados disse que não poderá fazer dinheiro se estiver em um hospital", diz Corley.

Como praticar - Faça pelo menos uma atividade física três vezes por semana. "Nos primeiros dias é difícil, mas, se você tiver disciplina, estará acostumado depois de dois meses. Quando não der tempo de se exercitar, sentirá falta", diz Corley. Para ficar saudável é importante também cortar os hábitos alimentares ruins.

7 - Assuma riscos

O que significa - Para 63% dos ricos existe uma relação entre ganhar dinheiro e correr riscos - entre os mais pobres, apenas 6% concordam com a afirmação. Dos que fizeram fortuna, 27% admitem que já fracassaram pelo menos uma vez na vida, no trabalho ou nos negócios, ante 2% dos pobres. "Os erros trazem aprendizado", diz Corley.

Como praticar - Oferecer-se para tocar projetos e assumir responsabilidades, expressar seu ponto de vista em reuniões, expondo-se à avaliação da chefia, e tomar a iniciativa de resolver problemas que aparecem no dia a dia sem esperar pelo gestor são formas de assumir riscos. "Para chegar ao topo, todo mundo passou por fracassos - a diferença é como lidaram com eles", diz Corley.


8 - Seja otimista

O que significa - "As pessoas bem-sucedidas encaram problemas como oportunidades e acreditam na ideia de potencial ilimitado, de que poderão ser o que quiserem se trabalharem para isso", diz Corley, destacando que ser otimista não é ser ingênuo.

Como praticar - Evite reclamar em excesso e lute contra o desânimo. "Quando um problema surgir, tente enxergá-lo de vários ângulos e foque a busca da solução em vez de reclamar que o mundo é injusto", diz Álvaro.
9 - Adote o hábito de poupar

O que significa - "Os ricos são avessos a excessos, seja de bebida e comida, seja de trabalho e de gastos. Eles economizam de 10% a 20% dos ganhos mensais", diz Corley. Guardar dinheiro é muito importante para 88% dos ricos, ante 52% dos pobres.

Como praticar - Não gaste mais do que 80% de sua receita, incluindo nesse total despesas com férias, lazer e compras. Além de gastar menos, procure aumentar sua renda. "Equilibre o presente com o futuro. É importante guardar para a aposentadoria, mas é fundamental viver o presente também", diz Álvaro.

10 - Seja dono de seu destino

O que significa - Apenas 10% dos ricos acreditam em destino, enquanto 90% dos pobres creem que a vida é como é porque foi assim determinada. "É mais fácil colocar a culpa na genética ou no governo, mas a verdade é que você é responsável por sua situação financeira", afirma Corley. "A maior parte dos ricos que entrevistei não nasceu rica, mas acreditava que podia conquistar o que quisesse pelo esforço", diz o planejador financeiro.

Como praticar - Defina objetivos e trace metas para alcançá-los. "É melhor gastar sua energia lutando para superar um obstáculo do que reclamando", diz Álvaro.

11 - Planeje para ser mais criativo

O que significa - Enquanto 75% dos ricos consideram a criatividade determinante para o sucesso financeiro, apenas 11% dos pobres têm a mesma convicção. "Os pobres tendem a acreditar que os bem-sucedidos já nasceram intelectualmente bem-dotados, mas minhas estatísticas mostram que muitos dos ricos foram alunos apenas medianos", diz Corley. "No Brasil, também existe a crença no cara que tem o dom e resolve tudo sozinho", diz Mauro.

Como praticar - O que poucos levam em conta é que a criatividade é resultado do esforço e da energia dedicada a analisar um problema por diversos ângulos antes de executar uma tarefa com o objetivo de encontrar uma solução nova. Exercite essa habilidade estudando sua atividade e ouvindo outras opiniões antes de começar a agir.

Thomas Corley: livro lista as atitudes de pessoas abastadas que merecem ser seguidas para uma boa saúde financeira
 
Fonte:  http://vocesa.uol.com.br/noticias/dinheiro/11-habitos-das-pessoas-de-muito-sucesso-para-voce-adotar-no-ano-novo.phtml#.Vpo7N0-bEjd