Gestão de carreira
A carreira se difere de emprego, sendo que,
carreira é um processo que leva tempo para se compor, tendo que observar
uma série de fatores, fazer planejamento, ter dedicação no projeto, se
adequar ao máximo aos pilares da empregabilidade. Atualmente, há uma
certa facilidade na decisão de qual profissão seguir, haja vista que
existem várias ferramentas de pesquisa que auxiliam em tal decisão
1.0 Diferença Entre Emprego e Carreira
Ao
se falar sobre carreira, faz-se necessário diferenciá-la de emprego. Apesar de
parecerem sinônimos, são atividades distintas.
Emprego
é uma atividade profissional que gera recursos financeiros a cada período de
tempo. Carreira é um conjunto de decisões que o empregado toma ao longo de sua
vida profissional, isto é, o emprego trata de atividades presentes, e carreira
se contrasta por ser uma série de ações tomadas com vistas no futuro.
O
emprego depende, prioritariamente, das decisões da empresa e carreira se forma
através das decisões pessoais. Tem-se que emprego é uma situação temporária,
subordinada à obediência das ordens da instituição que se trabalha; a carreira
só é amadurecida ao passo que as decisões e ações são de cunho à ascensão
pessoal, ou seja, a carreira é uma preparação contínua para o próximo emprego.
Carreira
concatena à ideia de empregabilidade – capacidade de adequação do profissional
às novas tendências do mercado. Também trata sobre a capacidade de o empregado
trabalhador passar imune ou, ao menos, possuir ferramentas necessárias a
solucionar os problemas e os riscos que venham surgir frente à carreira ou inerentes
ao mercado de trabalho.
1.1
Empregabilidade
Empregabilidade
é um termo que foi criado na década de 90 por José Augusto Minarelli, e
estabelece 6 pilares que garantem a segurança profissional do indivíduo:
1 –
Adequação da profissão à vocação – o profissional que trabalha com o que gosta;
2 –
Competências – preparo técnico e habilidades;
3 –
Idoneidade – trata os parâmetros éticos e responsabilidades individuais;
4 –
Saúde física e mental – corpo e mente saudáveis faz a pessoa desenvolver melhor
suas atividades;
5 –
Reserva financeira e fontes alternativas de aquisição de renda – defesa à
possibilidades de necessidade de recursos financeiros;
6 –
Relacionamentos – também chamado de networking,
onde, através dessa rede que surgem muitas oportunidades profissionais.
2.0 Planejamento da Carreira
A
carreira não é formada em um curto período de tempo, é um processo longo e,
portanto, deve-se haver um prévio planejamento, definição de metas,
compromissos, enfim, com tantas premissas, gerir a carreira, por não se tratar
de uma tarefa fácil, o planejamento é essencial.
2.1
Planejamento
Planejar a vida
estrategicamente não envolve somente a criação de estratégias para a realização
de metas específicas. A simples aplicação de técnicas isoladas, desvinculadas de
um processo de autoconhecimento, ou com um fim específico, tem se demonstrado
ineficaz.
As mais recentes pesquisas na área de comportamento humano concluíram
que o processo de desenvolvimento não ocorre isoladamente, mesmo de uma
habilidade específica. É estar atento ao todo, para que a pequena parte em
questão se desenvolva adequadamente.
O simples fato de se estar mudando uma
pequena parte em si mesmo já afeta o todo de alguma forma. É o equilíbrio
natural da vida, se dermos atenção demais a uma determinada parte em detrimento
das outras, o desequilíbrio se fará notar em algum ponto. (CHRISTY, 2002,
p.20.).
Planejamento
é o ato de definir metas para se alcançar um objetivo, projetar um trabalho.
Segundo Chiavenato (2003), o ato de planejar se dá em seis passos:
·
1 – Definir os objetivos;
·
2 – Verificar qual é a situação atual em
relação aos objetivos;
·
3 – Desenvolver premissas relativas às
condições;
·
4 – Analisar as alternativas de ação;
·
5 – Escolher a melhor entre as várias
alternativas;
·
6 – Implementar o plano e avaliar os
resultados.
Esses
seis passos podem ser compactados e traduzidos em uma ferramenta com 4 passos:
Plan, Do, Control, Action, o conhecido ciclo PDCA, porém, Chiavenato é mais
detalhista ao definir o processo de planejamento.
2.2
Ciclo PDCA
O
ciclo PDCA traduz-se da seguinte forma:
·
P- plan – planejamento, definição de metas e
formas de para alcançá-las;
·
D – do – fazer, é a execução dos planos;
·
C – control – controle, análise das metas já
executadas;
·
A – action – ação, ou atuação sobre os resultados
alcançados.
2.3
Montagem de um Projeto
Como,
para se obter sucesso em qualquer coisa que se faça, e, carreira não se
constrói sem prévio planejamento, é necessário que, a princípio, a pessoa saiba
adequar seu talento, aptidão e sua profissão seja uma em que o profissional se
sente bem. Sem esses requisitos é impossível construir uma carreira sólida.
De
certa maneira, as premissas citadas no parágrafo anterior pode acontecer
naturalmente se o trabalhador não pensar apenas na remuneração percebida por
cada trabalho que realizar.
Preparo
para continuar ou evoluir em um cargo é fundamental, para tanto, o estudo deve
ser praticamente contínuo, e, o conhecimento não é adquirido apenas com cursos,
as experiências práticas contam muito, em alguns casos pesam mais que uma
certificação ou um diploma.
Com vistas em adquirir maiores recursos para
evoluir em uma empresa, ou mesmo evoluir como profissional e ser reconhecido
por isso, mais uma vez deve-se frisar a importância de se planejar como,
quando, onde e por que realizar tal “especialização”. E, conciliar trabalho e
estudo nem sempre é tarefa fácil, e sendo essencial para a profissão, um
planejamento bem feito se torna um dever sem o qual corre-se o risco de perder
tempo e recursos.
Em
resumo, definido onde se quer chegar, o planejamento pode ser feito respondendo
os seguintes questionamentos:
·
- O que? (O que se quer fazer, definição do
objetivo);
·
- Por quê? (Essa pergunta traz a resposta que
define se realmente é necessário passar por todas as etapas para se chegar ao
objetivo, é como se fosse uma validação do objetivo);
·
- Como? (Como fazer, definição e análise dos
recursos e presente situação, é a distância entre a presente situação e o
objetivo);
·
- Quando? (Momento em que se vai começar a
realizar as etapas para chegar ao objetivo – também pode ser uma previsão de
quanto tempo será gasto para chegar ao objetivo);
·
- Quanto? (Saber o quanto será gasto define
se o objetivo é palpável, sem essa “previsão”, pode-se gastar mais que o
necessário, ou mesmo, haver falta de recursos na execução do projeto limitando
o objetivo, ou mesmo o tornando inalcançável);
·
- Quais recursos? (Essa pergunta serve como
complemento da pergunta anterior, através da qual se é definido os recursos que
se tem e o que vai ser necessário adquirir para a execução do projeto).
2.4
Elementos de um Projeto
Não
basta apenas ter um bom planejamento ou um projeto bem elaborado e estruturado
para se alcançar a meta. É preciso seguir alguns elementos para se chegar à
eficácia (White, 2008):
·
- Projeto documentado – um planejamento que
está documentado (em papel) passa a ter maior valor e o executor passa a dar
maior relevância ao projeto.
·
- Dedicação – no projeto que se há dedicação
tende a ser completado com sucesso;
·
- Assertividade – análise do projeto, se
foram incluídos premissas realmente relevantes e essenciais para a execução de
cada meta – são medidas de assertividade que evitam a realização de metas
errôneas;
·
- Prazos – a existência de prazos torna o
projeto com tempo certo para a execução de cada meta, de certa maneira, faz com
que o executor se torne mais dedicado, e, a cada prazo cumprido, o projeto tem
a visualização de mais próximo de se alcançar o objetivo;
·
- Organização – atividades realizadas com
organização tornam-se mais fáceis de serem executadas;
·
- Obstáculos – a previsão de obstáculos nem
sempre é tarefa fácil, mas, é de suma importância, pois, na execução de
projetos, algumas coisas inesperadas podem acontecer, e, se há uma reserva de
recursos para driblar tais empecilhos, o projeto tem maior probabilidade de ser
encerrado com eficácia;
·
- Recursos – como já frisado anteriormente,
os recursos são os pilares da execução de um projeto;
·
- Avaliação – a cada passo dado ou alcançado,
pode-se realizar uma avaliação para saber se o projeto está sendo encaminhado
para o caminho certo, e, nesta etapa, visualiza-se quais são as medidas ou
etapas que devem ser substituídas ou mantidas (medidas de assertividade);
3.0 Ferramentas de Pesquisa
Como
primeiro passo para a definição de que profissão seguir, existem várias
ferramentas de pesquisa. Antes de ser abordada tais ferramentas, cabe-se a
citação das fases da carreira para que haja a interação desses meios de
pesquisa.
A
carreira, segundo alguns estudiosos, passa por fases como um ser vivo: nasce,
cresce, amadurece e se perpetua (Farias, 2005).
O
nascimento da carreira se inicia com muita informação, formação e conhecimentos
úteis relativos à vida profissional. Passa-se para a fase seguinte se haver
alimentação e dedicação tanto no ambiente profissional quanto na vida pessoal,
onde se deve atentar que na vida pessoal, a pessoa deve manter hábitos
saudáveis e lembrar que mesmo longe do ambiente de trabalho a profissão ou
emprego está sendo “avaliado”, ou seja, as atitudes em ambiente divergente ao
do trabalho influenciam no emprego, o qual há chefes que não querem manter na
empresa pessoas que não possuem boa índole.
A
fase onde há o crescimento da carreira é o aperfeiçoamento da profissão, onde
não se deve deixar de gerar conhecimento à cerca da profissão e a capacidade e
a competência é analisada praticamente o tempo integral.
Na
fase do amadurecimento, o profissional já é reconhecido por suas competências e
o cuidado maior que se deve ter são com os hábitos pessoais, onde se deve levar
uma vida saudável a sério.
A
perpetuação da carreira é quando o profissional passa adiante os conhecimentos
adquiridos durante a carreira.
Ao
fim da citação das fases da carreira, cabe a indicação das ferramentas de
pesquisa para as profissões, onde, a carreira e a fase em que se encontra
influencia na escolha do local de trabalho. Geralmente, ao iniciar a carreira,
o profissional é escolhido pela empresa, e, nas fases seguintes, pode escolher
se aceita ou não a empresa em que vai trabalhar.
Na
internet existem sítios que mostram pesquisas sobre as carreiras. Recentemente
foi realizada uma pesquisa informando as melhores e piores profissões para o
ano de 2013, onde o site careercast.com, com a matéria “Jobs Rated 2013:
Ranking 200 Jobs From Best To Worst” indica 200 profissões e enumera as
melhores profissões.
Ainda,
a Fundação Getúlio Vargas, junto com dados coletados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística desenvolveu vários índices que auxiliam na análise
da situação atual do profissional.
O Índice-Você “mensura o potencial de
crescimento de um profissional, analisando-o a partir dos dados coletados pela
PNAD, a pesquisa do IBGE que melhor retrata a realidade sócioeconômica
brasileira.
A
metodologia do índice utiliza uma amostra segmentada que considera as
características das populações entre 25 e 45 anos, que possuam Internet
residencial e, pelo menos, a graduação completa, normalizando seus resultados
entre 0 e 1.000 pontos.”
O Índice Você na Universidade também é
uma ferramenta que aponta à pessoa (através dos microdados obtidos pelo IBGE em
2010) a situação de uma pessoa formada – o índice mostra várias formações – com
relação ao salário médio, jornada de trabalho semanal, taxa de ocupação e
cobertura previdenciária.
Além
dessas ferramentas é possível encontrar outras maneiras de obter dados sobre
profissões ou empresas para se consolidar como trabalhador. A revista Exame e a
Você/SA, além de outros periódicos, publicam anualmente através do Índice de
Felicidade no Trabalho (que aponta a felicidade no ambiente de trabalho dos
empregados) as melhores empresas para se trabalhar.
Eis
algumas ferramentas úteis, e de fácil acesso para se tomar a difícil decisão de
qual profissão seguir (sem olvidar a competência e aptidão pessoal), e onde se
pode consolidar a carreira. Além dessas ferramentas, a pesquisa pessoal sobre a
empresa que se pretende entrar através de questionamentos aos próprios
funcionários é de suma importância, pois assim se tem uma real visão do
ambiente de trabalho, onde se obtém a informação de perspectiva de crescimento
profissional dentro daquela empresa.
4.0 Perfil Profissional Atual
Antigamente,
havia uma abundância de empregos. Analisando a Revolução Industrial, onde os
trabalhadores foram substituídos por máquinas, pode-se dizer que desde então o
emprego se tornou mais difícil de se conseguir.
E o presente é marcado não
somente pela utilização de máquinas industriais que precisavam de operadores
que nem precisavam muito de conhecimento, mas, nessa era tecnológica, a
operação exige um conhecimento mais elevado, o que faz o descarte de um número
considerável de pessoas. Gente que não busca aperfeiçoamento.
Apesar
de políticas públicas serem adotadas para a maximização da oferta de emprego, a
demanda não satisfaz plenamente a procura. E, por haver a possibilidade dos
trabalhos humanos serem desenvolvidos “pelas” tecnologias, o cenário atual
exige que a pessoa tenha preparo e informação, dedicação constante perante o
conhecimento de novas tecnologias que chegam diariamente em grande número ao
mercado.
O
profissional que quer construir a carreira deve se atentar às tantas novidades
que compõem a atualidade. E, também, não basta ter (apenas) conhecimentos sobre
a área da carreira escolhida. Como hoje em dia o mundo está todo conectado, e o
mercado profissional está interligando toda e qualquer profissão, estar
atualizado é requisito fundamental para uma melhor gestão da carreira.
O
mundo está globalizado, fazer parte dessa globalização não torna o mantimento
da carreira algo simples, mas, através de empenho, organização e planejamento,
é possível se tornar um profissional renomado.
A
cada período que se passa, surge muitas profissões, formações, enfim, uma
profissão que hoje pode estar em falta, em um futuro não tão distante, pode
estar contando com profissionais em excesso.
A
Revista Exame, em dezembro de 2012, lista 30 profissões que estão em alta no
mercado de trabalho para o ano de 2013, dentre as quais, as engenharias e
profissões especialistas em combustíveis se fazem as melhores para trabalhar no
Brasil.
Segundo
uma reportagem do sítio administradores.com, houve uma pesquisa feita pelo
Grupo Catho, onde se expõe:
Uma pequena amostra
das exigências atuais de avaliação no exame de seleção profissional é o
resultado de uma das pesquisas feitas pelo Grupo Catho, com 13.600
profissionais disponíveis no mercado de trabalho. O levantamento mostrou que
30,10% dos trabalhadores brasileiros foram demitidos por não apresentarem os
resultados desejados pela empresa.
Uma das pesquisas do
Grupo Catho verificou que grande parte das demissões acontece por falta de
visão sistêmica, ou seja, o profissional não apresenta a capacidade de olhar o
departamento que administra como parte de um grande negócio chamado empresa, e
a habilidade de saber lidar com todos os demais departamentos. Isso significa
que as empresas estão cada vez mais exigentes na seleção dos empregados.
Em alguns casos, a
pesquisa mostra que os profissionais não sabem expor suas idéias [sic] ou não
apresentam iniciativa de fazer o que precisa ser feito, alguns outros não
demonstram comprometimento e outros ainda não têm maturidade. Hoje em dia, o
nível de exigência das organizações é muito alto. Nas multinacionais, por
exemplo, um supervisor tem que ser formado em engenharia, ter treinamento na
área de qualidade, noções de ISO 9000 e, para completar, possuir MBA (Máster of
Business in Administration).
Por
fim, é cabível ressaltar que o profissional atual deve se atualizar, dedicar-se
a obter conhecimentos relevantes à profissão, saber planejar e gerir a carreira
a cada momento.
Fonte:
(http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/gestao-carreira-profissional-ideal-para-o-mercado-atual/10862/)
Acesso em: 26/04/2013
Fonte: https://www.administradores.com.br/artigos/academico/gestao-de-carreira/70938/