Conheça a maior empresa brasileira de preparação de apresentações (e apresentadores) e suas dicas para não falhar na hora H
Fazer uma boa apresentação – seja para o
chefe, para o subordinado, para o cliente ou para um auditório lotado – é
decisivo para a carreira de alguém. É nisso que acreditam 87% das 562
pessoas ouvidas em uma pesquisa elaborada pela SOAP, empresa brasileira
referência em produção de apresentações e capacitação de palestrantes,
em parceria com o instituto
Data Popular. Já 81% dos profissionais
concordam que apresentações ruins podem prejudicar a trajetória
profissional.
Participaram do levantamento executivos e funcionários de grandes
companhias, de diversos setores. Entre os entrevistados, 7% ocupavam
cargos de CEOs ou de vice-presidentes. O objetivo do estudo foi entender
como os executivos, que participam de reuniões e fazem uso do Power
Point em sua rotina de trabalho, encaram o impacto de sua comunicação no
desenvolvimento da própria carreira e na dos colegas.
Expor ideias, defender projetos, motivar a audiência, ganhar uma
concorrência ou simplesmente justificar uma planilha de custos passam,
inevitavelmente, pela capacidade de influenciar, despertar empatia e
ganhar a confiança do ouvinte. O “como” fazer isso pode ser tão
importante quanto o “o quê” se tem a dizer.
“Em uma apresentação, a pessoa não tem uma segunda chance”, afirma o
egenheiro Eduardo Adas, fundador e CEO da SOAP.
“O ouvinte não diz:
‘Olha, não entendi direito, mas vamos marcar outra reunião na semana que
vem para você apresentar de novo.” Por esse motivo, ele afirma que seu
trabalho é ajudar os profissionais em "momentos decisivos", seja ele uma
reunião de orçamento com seu gestor, seja a venda de sua empresa para
um grupo internacional, passando por qualquer outra decisão em que é
fundamental convencer o interlocutor de algo importante para o negócio.
Na mesma pesquisa feita em parceria com o Data Popular, seis em cada
dez pessoas afirmaram assistir a apresentações ao menos uma vez por
semana, e 96% fazem apresentações dentro ou fora da empresa. No entanto,
apenas 8% consideram as apresentações de sua empresa ótimas, e 65%
dizem que poderiam ser melhores. Setenta e três por cento admitem que,
em algumas circunstâncias, ficam inseguros antes de apresentações –
especialmente os mais jovens.
O Power Point é útil?
Para 48% dos profissionais, apresentações corporativas remetem
principalmente a Power Point. Sessenta e sete por cento, contudo,
concorda totalmente que ainda que o conteúdo da apresentação seja bom, a
performance do apresentador pode torná-la muito ruim.
Adas concorda com
a segunda afirmação. Por isso, seu método só envolve a utilização do
programa no final do processo. “Setenta por cento do nosso trabalho é
com o Power Point fechado”, diz ele. “Começar a montar uma palestra
abrindo o Power Point é o mesmo que uma pessoa resolver fazer um filme,
pegar a câmera e sair filmando. É preciso antes saber responder as
seguintes perguntas: vai filmar o quê? Para quê?”.
Adas é uma pessoa conhecida entre os altos executivos das maiores
empresas do Brasil.
Pioneiro na consultoria focada exclusivamente em
apresentações, ele fundou sua empresa em 2003, com o ex-sócio Joni
Galvão. Em 2011, os dois publicaram o livro Super Apresentações - Como vender ideias e conquistar audiências (ed. Panda Books).
Ao longo de 12 anos de existência, a SOAP já produziu mais de 12 mil
apresentações para companhias como Ambev, PepsiCo, Kimberly-Clark e Land
Rover. Para isso, a empresa tem uma equipe que inclui designers e
roteiristas profissionais, que ajudam o interlocutor a contar sua
história, priorizando os pontos mais importantes para cada objetivo e
situação.
A empresa nasceu como uma resposta de Adas aos colegas que gostavam das
apresentações que ele preparava para si mesmo. “Intuitivamente, sempre
que precisava falar em público, montava a história com começo, meio e
fim”, afirma. É o hoje popular método de storytelling, amplamente
difundido no mundo corporativo. “Meu objetivo é despertar a atenção no
meu público, gerar entendimento e criar empatia.”
Intuição à parte, Adas trazia na bagagem o interesse por estudos de
Programação Neurolinguística (PNL) (basicamente, é um sistema que
pretende explicar como o cérebro humano capta e registra informações,
com a finalidade de tornar a comunicação mais eficiente) e a intimidade
com os meandros de diversas empresas, que conheceu no papel de
consultor. Formado em Engenharia de Produção, o empresário fez carreira
em consultorias estratégicas porque queria desenvolver o conceito de
qualidade total (que tem o objetivo de extrair o máximo de qualidade não
apenas dos processos internos das empresas, mas também da relação com
todos os stakeholders).
Em 1993, Adas fundou sua primeira empresa, a Partner Consultoria e
Treinamento. Durante 15 anos, comandou a companhia e, vira e mexe,
estava ajudando alguém a montar alguma apresentação. Até que esses
momentos se tornaram mais e mais recorrentes. Foi quando concluiu que
havia mercado para uma assessoria formal nessa área. Seu tiro foi
certeiro.
Atualmente, a empresa tem 70 profissionais e uma filial em
Portugal. Quem toca o dia a dia com Adas é o sócio e também engenheiro
de formação Rogério Chequer (líder do movimento Vem para Rua, que
organiza manifestações populares nas ruas, com a intenção de promover a
“retomada da consciência cívica").
A dupla pretende não só continuar montando apresentações para os
executivos, mas também capacitar quem quer que se interesse pelo tema a
fazê-lo por conta própria. Fundaram o braço de treinamento do grupo, que
oferece workshops, presenciais e online, abertos ao público e
customizados para empresas, nos quais prometem destrinchar o método de
trabalho que usam na companhia. “Nós ensinamos tudo o que fazemos”, diz
Adas. “Não temos medo de concorrência". Isso porque seu objetivo é
continuar atendendo os clientes de forma personalizada e, para isso, não
podem crescer indefinidamente. Ele ressalta ainda que o negócio dá mais
trabalho do que pode parecer para quem está de fora. "Por mais que
alguém saiba como fazer, é difícil replicar com qualidade.”
A seguir, algumas dicas do que não fazer em uma apresentação:
1. Não comece pelo Power Point
Ordenar o conteúdo da apresentação em slides é a última etapa da
preparação de uma palestra, segundo Eduardo Adas, CEO da SOAP. “Esse é
apenas um apoio”, afirma.
2. Não faça slides desconexos
Em vez de jogar frases que não necessariamente conversam com o slide seguinte, conte uma história, com começo, meio e fim.
3. Não vá despreparado
Segundo a pesquisa conduzida pelo Data Popular, 32% das pessoas levam
até duas horas para apresentações importantes, e menos da metade (43%)
dizem sempre fazer um roteiro antes.
Uma das etapas mais importantes do nosso trabalho é treinar o
apresentador”, diz Adas. “Se ele não tiver familiaridade com o que vai
dizer e não fizê-lo de maneira confiante, de nada adianta ter um Power
Point ou qualquer outro apoio.”
Vale a mesma máxima que valia na escola: muito mais eficiente é
entender o conteúdo da prova do que decorá-lo meia hora antes de ser
desafiado.
Quanto mais confiante de que sabe o que vai falar estiver o
palestrante, maior suas chances de atingir os objetivos da apresentação.
4. Não use os mesmos meios para diferentes fins
De acordo com a pesquisa realizada pelo Data Popular, 64% das empresas
oferecem um layout padrão para os executivos. Nesses casos, a maioria
dos executivos utiliza o recurso. É claro que essa ferramenta é positiva
e ajuda muitos profissionais. No entanto, pode não ser a melhor maneira
de comunicar aquilo que cada um pretende, em todos os casos. “As
informações relevantes para um diretor de marketing são diferentes das
que importam a um CEO”, diz Adas.
Saber priorizar de acordo com o contexto pode fazer toda a diferença no impacto que sua apresentação causará”.
6. Não espere que sua apresentação venda
“Raramente alguém fecha um negócio logo depois de ouvir a
apresentação”, diz Adas. Segundo ele, um processo de venda – seja
literalmente comercial, seja a aprovação de uma ideia – tem várias
etapas. “Você precisa ter consciência de em que etapa está para atingir
os objetivos necessários para avançar para a próxima.”
Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2015/11/os-segredos-de-uma-apresentacao-eficiente.html
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