Comportamento dos funcionários influencia no ambiente de trabalho

Empregadores têm investido em treinamentos para melhorar a convivência.
Outras empresas investem em ambientes de lazer.
 

A Sala de Emprego desta segunda-feira (1º) fala sobre o comportamento dos funcionários nas empresas e como ele influencia o ambiente de trabalho. 

Essa é uma preocupação dos empregadores, que têm investido cada vez mais em treinamentos para melhorar a convivência entre os empregados. Muitas empresas se queixam de que os novos talentos chegam com bom conteúdo aprendido na faculdade, mas não têm noção de como se relacionar profissionalmente.


Em um treinamento no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), a professora ensina brincando como se comportar no empego. Em um dos exercícios, a lição é que se todo mundo fala ao mesmo tempo, ninguém se entende. Isso costuma acontecer em um ambiente de trabalho quando os colegas não se respeitam.

“Saber se comunicar, saber trabalhar em grupo pode ser fácil na escola, que você troca de grupo se não gosta da pessoa. Na empresa não tem essa, você tem que saber lidar com as diferenças, isso é muito importante”, afirma Idamar Carpinelli, orientadora educacional.

Em outro exercício, o aluno escreve a principal qualidade dele, depois amassa e faz uma bola com o papel. Eles formam uma roda e brincam de atirar o papel um no outro e assim trocam as qualidades sem saber a quem pertencem. O objetivo é tentar adivinhar o dono da qualidade.

Um dos funcionários, o jovem aprendiz Gerson Paulino, foi o único que se intitulou bem-humorado: “Problema todo mundo tem, independentemente de ser no trabalho ou em casa. É tão gratificante você ter um sorriso e passar isso pras pessoas”.

Outra jovem aprendiz, Paula Larissa de Oliveira, diz que é determinada e aprendeu que o trabalho não é uma extensão da casa dela: “No trabalho, a gente tem que engolir, respirar e seguir em frente. Cada um correndo atrás do seu objetivo, então a gente tem que lidar bem para ter um convívio, para eu mesma me sentir confortável, para não ficar num ambiente ruim de serviço”.

Algumas empresas preferem elas mesmas dar cursos para os recém contratados. Assim, ficam por dentro da política da empresa. Trabalhar é se relacionar e isso exige um comportamento que não desagrade os outros. "As pessoas que chegam mal-humoradas, sem boa vontade. Ás vezes, até a gente entende que tá com problema, mas acaba contaminando, contagiando o outro", opina Natiele Dias, assistente de marketing.

"Existem alguns tipos de comportamento que um vê o outro fazendo e vai fazer também. Insistir em usar o celular, ficar com brincadeiras ou conversas entre os colaboradores", diz Xênia Pinheiro, diretora de desenvolvimento humano.

Xênia treina os funcionários de uma rede de supermercados. Para a maioria, este é o primeiro emprego e eles precisam aprender regras básicas de comportamento: “A gente precisa realmente ter o tom de voz correto para falar. Na verdade, a gente tem que ter sempre atenção, olhar no olho do cliente".

Quem sai da linha é chamado para conversar com o chefe e só é punido com advertência e suspensão se insistir no mau comportamento. "As funcionárias desta loja também recebem treinamento, mas não só sobre a boa conduta com os colegas e clientes. Aprendem a mudar comportamento, emoções, o jeito de pensar e agir. E isso se reflete no desempenho no trabalho", explica Xênia.

“A partir do momento que mudo a minha forma de pensar, meus comportamentos inconscientes, eu passo a me comportar de uma maneira diferenciada em todos os âmbitos que eu estou”, afirma Robério Cavalcante, head trainer.

"Nós contratávamos profissionais muito bons na área, que já vinham prontos profissionalmente, mas quando chegava na empresa tinha algum problema emocional, de controle emocional", explica Márcia Daiane Forte, coordenadora de vendas.

A gerente Ariadine Lima, por exemplo, aprendeu a dominar a ansiedade de vender e a deixar as clientes mais tranquilas para escolher o que querem: “Com o treinamento que eu venho fazendo, fiquei mais tranquila em relação à tomar decisão, atitude, comportamento". 

Como gerente, Ariadine exige isso de toda a equipe e o resultado aparece na satisfação das clientes. “É um atendimento espontâneo, é uma sinceridade que eles têm. Eles não ficam forçando você a comprar e no dia de coleção a gente fica disputando”, conta a cliente Maria Socorro Barbosa.

Trabalho e diversão
 
Tem ainda empresas que apostam em espaços comuns para a interação dos funcionários. Eduardo Mendonça é gerente de produtos e lidera uma equipe com mais de 40 pessoas. É uma rotina puxada e para não estressar ele arrumou um tempinho para relaxar. O melhor é que nem precisa sair da empresa, que tem mesa de sinuca e vídeo game. Se quiser descansar tem puffs para deitar. “Essa saída te revigora para que você volte mais focado e mais concentrado”, diz.

Foi exatamente isso que a empresa notou. “A gente percebe que os números da empresa melhoraram a partir do momento que a gente começou a aderir esse processo. A produtividade e os números da empresa em 2015 foram melhores que em 2014. O depoimento que nós temos, de todos os colaboradores que participam, é que quando estão ali, eles esquecem do problema, conseguem distrair e de fato eles relaxam a mente para depois voltar para o ambiente de trabalho”, explica a coordenadora de RH, Janaina Moreira.

Em uma fábrica em Aparecida de Goiânia, na hora do almoço tem sempre fila no refeitório, mas todo mundo almoça bem ligeiro para dar tempo de se divertir com a sinuca, pebolim, dominó, videogame e pingue pongue. A empresa tem 1200 funcionários, vários setores e teve gente que se conheceu justamente por causa da área de lazer.

É um espaço democrático, onde brinca o supervisor e também a funcionária dele. "De um jeito ou de outro, você volta mais motivado porque você brinca, se diverte e isso te ajuda no teu local de trabalho, você volta mais motivado, mais focado no que você faz", afirma Orneide Costa dos Santos, supervisor industrial.

Quem está cansado prefere mesmo usar o “durmódromo”. No horário do almoço, cada um faz o que quiser em outra empresa: tem uma turma que prefere jogar, aqueles que vão dormir e, claro, como em qualquer outro lugar, tem sempre o pessoal ligado na internet.

Fonte:  http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/02/comportamento-dos-funcionarios-influencia-no-ambiente-de-trabalho.html

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