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Se você faz hora extra todos os dias e está sempre estressado, algo anda
mal: o principal não é trabalhar horas a fio, e sim ter foco no tipo
certo de trabalho.
São Paulo - Desde cedo aprendemos que é preciso ralar pra ter sucesso,
que Deus ajuda quem cedo madruga, e por aí vai. Mas acredite: os que
mais ralam nem sempre se tornam os melhores. Claro que é preciso
investir tempo para se tornar bom em algo.
Mas o principal não é trabalhar horas a fio, e sim ter foco no tipo
certo de trabalho. Se você vive ocupado, está fazendo algo errado.
Diversos estudos mostram isso há muito tempo. Por exemplo, uma análise
feita por psicólogos alemães sobre a rotina de violinistas da
Universidade das Artes de Berlim, em 1993.
Eles dividiram os alunos em dois grupos de acordo com sua habilidade: os
de "elite" e os "medianos". Os dois grupos dedicavam em média 50 horas
por semana ao estudo do violino.
Só que os medianos praticavam aleatoriamente ao longo do dia, enquanto
os de elite concentravam seu trabalho em dois períodos fixos: de manhã e
à tarde. Quanto melhor o violinista, mais rígida era essa divisão entre
trabalho e lazer.
E isso tinha um baita impacto nas vidas dos músicos. Os melhores dormiam
uma hora a mais por noite e dedicavam mais tempo à diversão. No fim das
contas, os mais habilidosos eram também os mais relaxados.
Outras pesquisas indicam que a qualidade das horas de trabalho importa
mais que a quantidade. Um estudo de 2005 publicado na revista Applied
Cognitive Psychology analisou dois grandes grupos de jogadores de
xadrez: mestres e intermediários.
E concluiu que a diferença entre eles não era fruto de um dom ou do
simples tempo de prática, mas da dedicação ao "estudo sério" - a tarefa
árdua de rever jogadas de enxadristas melhores, tentando prever
movimentos.
Durante sua primeira década de atividade, os mestres investiram em média
cerca de 5 vezes mais tempo a esse tipo de estudo sério do que os
intermediários. Ou seja: não bastava praticar muito xadrez, era preciso
praticar direito.
Isso vale pra todo mundo. Se você é um estudante ou já tem anos de
carreira, e se o seu objetivo é construir uma vida extraordinária, então
fuja da exaustão.
Se você está cronicamente estressado e trabalha até tarde, algo anda
mal. Você é o violinista mediano, não o da elite. A solução? Faça menos,
mas faça com pleno foco. E depois aproveite a vida.
*Calvin Newport é professor assistente de computação na Georgetown
University, EUA. Ele tenta descobrir por que algumas pessoas levam vidas
bem-sucedidas e cheias de significado, enquanto outras, não.
Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/seja-uma-pessoa-menos-ocupada
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